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Assessoria de Comunicação

Crise Respiratória Infantil: A Importância da Vacinação e da Prevenção em Tempos de Incertezas

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Ipatinga, assim como diversas outras cidades do país, tem enfrentado um aumento expressivo nos atendimentos pediátricos por doenças respiratórias. Em meio à superlotação dos hospitais e à apreensão das famílias, a desinformação sobre vacinas volta a ganhar espaço, alimentando receios infundados e dificultando o combate efetivo às doenças evitáveis.

A pneumologista pediátrica Fernanda Lima Fernandes, que atua há anos no cuidado de crianças na cidade, acompanha de perto os desafios enfrentados pelas famílias, pelos profissionais de saúde e pelo sistema público. Segundo ela, “um dos principais obstáculos atuais é a hesitação vacinal, resultado direto da disseminação de fake news, que propagam informações falsas sobre os imunizantes. É fundamental reforçar que as vacinas são seguras, eficazes e essenciais para prevenir infecções graves, hospitalizações e óbitos.”

A atual crise respiratória, que tem lotado as unidades de saúde, é provocada por uma combinação de fatores. Entre eles, destacam-se a sazonalidade de vírus respiratórios, a baixa cobertura vacinal, o retorno da convivência em ambientes fechados sem as devidas precauções e o relaxamento das medidas de prevenção adotadas durante a pandemia da COVID-19. De acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde e dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), doenças como bronquiolite, influenza, COVID-19 e pneumonia bacteriana estão entre as principais causas de internação de crianças, especialmente menores de 5 anos.

Muitas pessoas atribuem essas doenças a efeitos tardios da COVID-19. No entanto, como explica a pneumologista, “o coronavírus é apenas um dos diversos agentes envolvidos. Vírus como o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Influenza A e B, Parainfluenza, Adenovírus e Metapneumovírus também circulam com intensidade, sobretudo no outono e no inverno.” Ela acrescenta que “o que a COVID-19 pode ter provocado, indiretamente, foi uma redução da exposição das crianças a esses patógenos durante os anos de maior isolamento social. Com o retorno à circulação, há um número maior de crianças suscetíveis, favorecendo a explosão de casos.”

Além da vacinação, medidas de prevenção já conhecidas continuam sendo fundamentais. Fernanda destaca que “higienização das mãos com frequência, ventilação dos ambientes, evitar aglomerações, uso de máscara em locais fechados quando necessário e manter crianças doentes em casa são atitudes simples, mas que salvam vidas.” E completa: “embora não seja necessário retomar todas as práticas extremas adotadas em 2020 como higienizar embalagens e alimentos com rigor, a consciência coletiva sobre higiene e prevenção deve ser preservada.”

Em relação às vacinas, a médica reforça a importância do Programa Nacional de Imunizações (PNI), considerado referência mundial, que oferece gratuitamente vacinas contra doenças respiratórias graves, como a gripe (Influenza), COVID-19 e, para grupos específicos, o VSR. Ela lembra que “recentemente, o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra o VSR para grupos de risco, como bebês prematuros e com comorbidades, um avanço significativo na proteção dos mais vulneráveis.”

Para Fernandes, “vacinar é um ato de amor, de responsabilidade e de proteção coletiva.” De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a vacinação pode reduzir em até 90% o risco de hospitalizações por doenças respiratórias em crianças. Por isso, a recomendação é clara: pais e responsáveis devem manter o cartão vacinal atualizado e buscar orientações nas Unidades Básicas de Saúde.

Em um momento que exige união, empatia e, acima de tudo, confiança na ciência, a médica conclui: “proteger nossas crianças começa com a informação correta e termina com atitudes responsáveis — como vacinar e adotar medidas preventivas simples, mas eficazes. Nossa missão, como profissionais da saúde e membros desta comunidade, é cuidar juntos, com conhecimento e compromisso.”